Qual é a vantagem de ler? Ao menos para mim, o benefício da leitura consiste em poder vivenciar situações que, do contrário, jamais aconteceriam. Foi por isso que resolvi criar o especial “Sunday Blood Sunday”, uma referência descarada à música do U2, mas que nada haver com o sentido politizado da letra de Bono Vox. Na verdade, em tradução literal, o “Domingo Sangrento” é um apanhado de livros onde o sangue, a morte e o terror são ingredientes indispensáveis. Confira! Deixe um comentário quando finalizar a leitura. É muito importante para o administrador do blog. XD
Olhos de Falcão – Alex Barclay (Bertrand Brasil)
“A vingança encontra morada na mais sombria das almas”
Olhos de Falcão é um livro atípico. Promete demais, mas não cumpre todas as expectativas esperadas. Talvez por ser o seu primeiro romance, Alex Barclay peca ao tentar escrever uma história que mais parece um roteiro de cinema. O texto é mecânico e, caso fosse devidamente revisado, não resultaria nem em 200 páginas (ele tem 445 páginas). Sabe, aquela história que enrola uma eternidade para chegar ao clímax e quando chega você não se empolga? É o caso. A autora crê que o fato dela descrever cada objeto em uma cena pode ajudar ao leitor na hora de visualizar o local: pelo contrário, é entediante e cansativo ao extremo.
O livro, basicamente, falará de um pacto entre dois jovens, Duke e Donnie, baseados nos ideais de um Falcão de Harris (única espécie de rapina que age em conjunto para conseguir seu objetivo). A autora pontua flashes do passado dos meninos com situações atuais vividas por Joe, Shaun e Anna Luchesi, uma família americana radicada na Irlanda. Joe é perseguido por Duke por ter matado Doggie alguns anos atrás, em uma perseguição ocasionada por um seqüestro.
O interessante é ver que as atitudes tomadas pela dupla de jovens delinqüentes são resultado de situações e escolhas do passado. O fato de Doggie gostar de usar explosivos em suas empreitadas criminosas surgiu do prazer em bombardear a sua casa na árvore. Duke foi estuprado quando criança e estuprou uma garota posteriormente.
Nota – 6,0
Orgulho e preconceito e zumbis – Seth Grahame-Smith
“É uma verdade universalmente aceita que um zumbi, uma vez de posse do um cérebro, necessita de mais cérebros.”
Conheci este livro bem antes de ele ser lançado no Brasil e, à época, causou um rebuliço no The New York Times, Kirkus Reviews, Times e afins. Isso porque Grahame-Smith utilizou a conhecida obra da Literary Lady, Jane Austen e adicionou zumbis. Aí você pergunta: ué, mas não é plágio? E eu respondo: não, porque os livros de Austen foram lançados a tanto tempo que já são domínio público na Inglaterra.
O livro não perde as engraçadas peripécias da aristocracia inglesa protagonizada pelo casal incomum Elizabeth Bennet e Sr. Darcy… com a diferença que aqui, Bennet é uma heroína 007 que caça e mata os zumbis. As ilustrações são muito legais também.
Contudo, acredito que a pessoa que se habilite a ler “Orgulho e preconceito e zumbis” deva ler “Orgulho e preconceito” primeiro. Afinal, que graça tem ler uma paródia se você não leu o original? E já aviso de prontidão: Austen não é para qualquer um. Eu ainda prefiro o original, mas Granhame-Smith construiu um romance que, admito, poucas vezes vi alguém realizá-lo com tanta proeza.
Nota – 8,0
Eu mato – Giorgio Faletti
“_ Até nisso nós somos iguais. A única coisa que nos diferencia é que, quando acaba de falar com elas, você tem a possibilidade de se sentir cansado. Pode ir para casa e desligar a mente e todas as suas doenças. Eu não. Eu não consigo dormir de noite, porque meu sofrimento nunca acaba.
_ E nessas noites, o que faz você se livrar do seu sofrimento?
_ Eu mato…”.
Por onde eu começo? Esse é um livro tão bom que é difícil começar a falar dele. “Eu mato” de Giorgio Falleti é um livro que você passa as páginas furiosamente, uma após a outra, e não consegue parar. É como uma droga que, quando acaba, deixa uma crise de abstinência absurda e que custa se dissipar.
A obra começa com uma série de assassinatos brutais. Mas não é qualquer coisinha: o serial killer é tão cruel que, por vezes, chega a arrancar a pele da vítima. Ele liga para um programa de rádio e avisa que vai matar, deixando sempre a frase “Eu mato” como uma espécie de marca registrada. Dessa forma, várias pessoas importantes para o mote perecem e vão criando um clima de suspense que parece estar impregnado em cada palavra.
“Ahh, mas é um ‘Aghata Christie’ moderno!”, você afirma. “De forma alguma!”, eu respondo. Isso porque com a diva do mistério, Poirot só descobria o assassino no final e Faletti o revela na metade. Ao contrário do que muita gente pode pensar, a história não fica morna depois que esse dado é passado. É aí que começa uma corrida feroz que desencadeia um final inesperado. Arrisco-me a dizer que Falleti é tudo aquilo que Barclay sonhou ser quando escreveu “Olhos de Falcão”.
Não bastasse a história, a capa também é maravilhosa. O vermelho que você vê aí na imagem é laminado, brilha. Entrei no ônibus com esse livro na mão e não teve uma pessoa que não olhasse para ele.
Só uma coisa, ínfima, me irrita: nomes italianos (claro que isso ia acontecer, o autor é da Itália!), mas odeio ‘Claude’, ‘Morelli’, ‘Sûrete’ e ‘Roncaille’. ¬¬’’
Nota – 9,9
Uma crença silenciosa em anjos – R. J. Ellory
“Era só uma vida, afinal de contas; nem mais nem menos que isso.”
Taí o livro. “Uma crença silenciosa em anjos” é uma obra cujo título já denota o seu enredo.
A história se passa em Augusta Falls, uma cidadezinha americana sulina. Em 1939, um garotinho de 12 anos é assassinado.
Como todo mundo que mora ou já morou em uma cidade pequena sabe, qualquer acontecimento dessa estirpe meche com toda a estrutura da população e não é diferente em Augusta Falls. Contudo, eles não poderiam imaginar que, durante quase 10 anos, outros assassinatos aconteceriam.
Assim, Joseph Vaugham, o protagonista, se junta a um grupo de amigos e forma um grupo de justiceiros denominados “Os guardiões” e se propõem a defender a cidade.
O interessante desse livro é que a descoberta do assassino fica em segundo plano. O autor divaga muito mais sobre o viver e o morrer e transcorre com uma complexidade muito grande a estrutura social de um lugarejo que rui. Explora a natureza humana diante do hediondo e do brutal.
Começa um pouco arrastado, o que me fez abandonar a leitura umas duas ou três vezes, mas você acaba de acostumando com o ritmo. O próprio autor passou por situações bem difíceis e acredito que foi isso que moldou a obra. Indicado a pessoas que, assim como eu, gostam de pensar sobre aquilo que lêem.
Nota – 9,0
nossa,orgulho e preconceito toralmente repaginado. Pobre Jane. u.u hsahshasa mas resenhas otimas,to doida pra ler "Uma crença silenciosa em anjos" *___* muito bom mesmo. parabens pelo blog,ele ta D++ :D
ResponderExcluir~~ Macabro ~~
ResponderExcluirMais curiosa por Eu Mato! Nunca tinha ouvido falar desse livro... mas antes tenho que ler Perfume (sim, ainda, O Símbolo Perdido, Fortaleza Digital e O Leitor.
ResponderExcluirLi os três livros da Intrínseca que você listou. Eu Mato é uma ótima história, Ninguém dá medo por ser tão difícil de definir. Só uma coisinha: os nomes são mais franceses que italianos hauhauhau. Difícil de ler certo mesmo.
ResponderExcluirOrgulho e Preconceito e Zumbis também é bom, mas só pelo divertimento de ver os mortos vivos invadindo a obra de Jane Austen.
Já Uma Crença Silenciosa em Anjos é um dos meus livros preferidos. Nunca li história tão intensa e personagem tão trágico. É de chorar litros!
Belo post =]
Muito de acordo com meu gosto literário. Gosto da literatura fantástica, mas dispenso mashups como "... Zumbis".
ResponderExcluirA obra deve ser mantido em sua forma original, sem dúvidas.
No mais, adicionando títulos aos meus desejados no Skoob.
Ótimo "post"!
Ei Igor,
ResponderExcluirLegal a ideía do post. Este ultimo dos anjos eu nem imaginava que era policial rsrsrsrs
Os outros já estavam na minha lista :)
bj
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Igor!
ResponderExcluirAcabei de conhecer seu blog.
Adorei o post. Eu li Olhos de Falcão e Eu mato. Sou apaixonada por thriller policial, e os dois são excelentes.
Parabens pela resenha.
Eu quero muito ler Orgulho e preconceito e zumbis!
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