Sinopses
Mundo de tinta #1 – Coração de tinta
Quem é que nunca desejou conhecer ao vivo os personagens de seus livros prediletos? Mo, além de exímio encadernador, tem uma habilidade insólita: ao ler em voz alta, dá às palavras, e coisas e seres das histórias surgem ao seu lado como que por mágica. Numa noite fatídica, quando sua filha Meggie ainda era praticamente um bebê, a língua encantada de Mo trouxe à vida alguns personagens de um livro misterioso chamado Coração de tinta - e acabou mandando para lá sua mulher. Meggie não conhece essa história, até que um estranho visitante aparece no meio da noite. Com roupas gastas como as de um artista de circo, os dedos cobertos de fuligem preta, e no ombro um estranho bicho de estimação com pequenos chifres pontudos, ele não é um estranho para Mo, que o convida a passar a noite na casa - os dois têm muito a conversar. Quando na manhã seguinte Mo avisa à filha que eles precisam fazer imediatamente uma viagem, ela entende que algo muito errado está ocorrendo. É o começo de uma aventura perigosa, cheia de acontecimentos fantásticos e reviravoltas imprevistas, que vai mudar para sempre a ideia que Meggie tem sobre os livros e suas histórias.
Mundo de tinta #2 – Sangue de tinta
Ao ler romances em voz alta, um encadernador consegue trazer personagens para fora das páginas dos livros. Sua filha possui o mesmo dom. Esse poderia ser o argumento de uma história de magia, em que visitamos o mundo da literatura e onde tudo corre bem. Mas não é o caso. Quando a língua encantada de Mo traz à vida alguns personagens de um livro chamado Coração de Tinta, ele acaba metendo a esposa e a filha Meggie em uma tremenda enrascada. Neste segundo volume da trilogia Mundo de Tinta, Meggie dá um jeito de entrar ela mesma no universo fantástico de Coração de Tinta – lugar de natureza exuberante, povoado por elfos, ninfas e saltimbancos que fazem o fogo dançar, mas governado por vilões cruéis e sem misericórdia. Uma jornada sombria, repleta de fantasia e aventura.
Mundo de tinta #3 – Morte de tinta
“E ele terá uma tia chamada Elinor que irá lhe contar que existe um mundo onde as coisas não são assim. Um mundo onde não há fadas nem homens de vidro, mas animais que carregam os seus filhotes em uma bolsa em sua barriga, e pássaros cujas asas batem tão forte que lembram o zumbido de um zangão, carruagens que andam sem cavalos e desenhos que se movimentam.” O Mundo de Tonta é povoado por fadas, ninfas, homens de vidro, elfos de fogo… seres tão fantásticos que ninguém duvidaria de que não passam de criaturas da sua imaginação. Para eles, porém, o fantástico somos nós, o nosso mundo – afinal, como acreditar em carruagens que andam sozinhas, máquinas que voam, em imagens que se movimentam e parecem reais? Sorte daqueles que, como os nossos heróis, são capazes de transitar entre dois mundos. Uma aventura emocionante, cheia de perigos, surpresas e descobertas. É o que este livro nos oferece, basta abrir a primeira página.
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Uma vez li uma entrevista de Regina Drummond para Ademir Pascale (autor de “O Desejo de Lilith”) na qual ela dissertava a respeito do mercado editorial alemão (ela mora em Munique). Ademir perguntou: “[...] Gostaria de saber a sua opinião: se comparado ao Brasil, é mais fácil ou não publicar na Alemanha?”. Ao que ela respondeu: “As dificuldades para se publicar na Alemanha são muito grandes, porque eles têm livros completamente diferentes dos nossos. Por exemplo: crianças de 7 anos lêem livros de 100 páginas, mas os temas são leves e a leitura mais ainda. Uma obra brasileira com 100 páginas é destinada aos leitores de 11 ou 12 anos e muito mais densa.”. Acho que essa fala resume a minha resenha da série “Mundo de Tinta”.
É sabido que o Brasil, de modo geral, não possui hábito de leitura. Quando ela ocorre, quase sempre é de através de uma metodologia pedagógica muito falha, baseada na obrigação de se ler obras clássicas, pautadas no passado, de vocabulário rebuscado e que, apesar de terem um valor inestimável do ponto de vista técnico, não condizem com a realidade vivida pelo leitor e por isso mesmo não dialogam com o mesmo. Assim, criou-se um ciclo vicioso que rotula obras literárias de até 100 páginas como infantis e, a partir dessa marca, como um livro adulto. Como Regina brilhantemente ilustrou, o mercado alemão é muito adverso justamente pela densidade dos romances, o que torna “Mundo de Tinta” uma série que não se ajusta à realidade nacional.
O livro possui 455 páginas e quase sempre é classificado como um YA Book (Young Adult – Jovem-Adulto), mas o seu conteúdo é infantil. Enquanto eu lia o texto de Cornelia Funke, a impressão que eu tinha era de estar de frente a um manuscrito de Monteiro Lobato, que, apesar de ter o seu mérito diante do panorama artístico-intectual brasileiro, possui um mote vazio. Os personagens criados por Cornelia não possuem verossimilhança, as descrições são totalmente fracas e a história não empolga.
Basicamente, o livro fala de Mortimer, um encadernador que possui um talento incomum: ele pode trazer à vida personagens dos livros quando os lê em voz alta. Há vários anos, ele leu Coração de tinta e deu vida à Capricórnio e Basta, os vilões, mas também Dedo Empoeirado (um pirotécnico circense cujo nome eu achei ridículo) e sua marta de chifres, Gwin (o personagem mais carismático por não falar).
Entretanto, sempre que alguém vem ao nosso mundo, uma pessoa daqui entra na história e foi isso que aconteceu com Resa que desapareceu nas páginas do livro, deixando o marido Mortimer e a filha Meggie. Desde então, Mo jamais leu nada em voz alta e passou a vida toda pensando em uma maneira de tirar sua esposa da história. Dedo Empoeirado o perseguiu durante anos, esperando que ele conseguisse mandá-lo de volta (o que Mortimer absolutamente não sabe fazer) e Capricórnio destruiu as cópias que ainda restavam porque não queria ser “aprisionado” novamente.
Meggie cresceu com um pai alegre, mas que sentia saudades de Resa apesar de tudo. Até que, em certa noite, Dedo Empoeirado surge e diz a Mo que Capricórnio firmou bases no norte e está em seu encalço novamente. Na tentativa desesperada de salvar sua filha, Mo foge para o sul, mas mal sabe ele que Dedo Empoeirado deseja entregá-lo ao vilão e disse exatamente o contrário: na verdade, ele está no sul.
Mo se abriga na casa da tia-avó da sua mulher, Elinor, uma velha rica e totalmente apaixonada por livros. Ele pede que ela esconda um último exemplar seu de Coração de tinta porque sabe que Capricórnio o deseja. Contudo, Dedo Empoeirado denuncia a localização deles e capangas do vilão o seqüestra e levam o livro.
Começa então uma jornada em busca dele, na qual Meggie enfrenta os temíveis Basta e Nariz Chato, conhece o escritor que deu origem aos personagens (Fenoglio), descobre ter o mesmo poder que o pai e tenta impedir que Capricórnio liberte de Coração de Tinta a Sombra, um monstro capaz de devastar todos os humanos.
Como eu disse no início da resenha, esse livro não funciona no nosso mercado porque não agrada jovens adultos e é extenso demais para crianças. Apesar de a história melhorar sensivelmente no segundo e terceiro volume, não chega a empolgar devido as descrições enfadonhas e passagens absolutamente desnecessárias.
O longa-metragem, apesar de não ser nenhuma pérola cinematográfica, possui uma trama muito mais amarrada e cheia de ação, completamente diferente do manuscrito, onde Meggie é retardada, Farid é autista, Mo é depressivo e Elinor tem problemas psiquiátricos. Exemplo: na história original, Mo é seqüestrado, Meggie investiga o acontecido, tem um monólogo extenso na qual se pergunta se deve ou não fugir em busca dele, pede informações a Dedo Empoeirado quanto à localização da aldeia de Capricórnio e só então sai em busca do encadernador, junto com a tia-bisavó. No filme, ela simplesmente é seqüestrada junto com o pai, o que polpa quase 40 páginas de manuscrito, totalmente dispensáveis.
Portanto, não é uma série que recomendo, apesar de achar que talvez eu gostasse dela se a tivesse lido quando tinha 09 anos.
Série: Mundo de Tinta
Autora: Cornelia Funke
Editora: Companhia das Letras
- Resenha escrita por: Igor Silva
Nhá, já tinham me falado TÃO bem dela :~
ResponderExcluirEstava doida pra ler, até porque adorei a capa.
Enfim, fiquei até triste, hahahaha
Beijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~
SOU LOUCA POR ESSES LIVROS! LOOOOOOOUCA!
ResponderExcluirConheci através do filme e quero muito let o livro... mas agora fiquei meio "assim" :/
Enfim.. qualquer dia talvez eu o compre e leia... xD
Beijão!
Gabi, A Bookaholic World
Eu bem querendo comprar, porque amei o filme (*.* farid gateeenho haha) ai você vem e joga um balde de água fria... Mas vou ler assim mesmo. Afinal, opiniões podem divergir, não é mesmo?
ResponderExcluirabçs
Desisti de ler esse livro quando vi a capa. A americana é muito mais bonita. #fato
ResponderExcluirNão vi o filme, e nem li os livros. :O
ResponderExcluirmas agora tu me deixou curiosa. ;P
Detestei o filme. Detestei o livro. História fraquinha, sem emoção. Cornelia Funke é a Ana Maria Machado alemã, com a diferença que livro da Ana Maria é ruim, mas acaba rápido e os de Cornelia duram um século.
ResponderExcluirAh, eu queria muito ler esse livro, mas depois dessa até desanimei.
ResponderExcluirMaldade isso :/
Puxa, que pena. Não li os livros, mas assisti o filme.
ResponderExcluirAchei a história ótima, muito empolgante e nunca imaginei que os livros fossem assim, sem 'sal'.
Eu assisti o filme e adorei. Queria ler o livro.
ResponderExcluirÉ mesmo uma pena que os brasieliros não tenham o hábito da leitura.
ResponderExcluir=/
Não, brasileiros não têm hábito de leitura. #fato
ResponderExcluirUma pena.
Mas acho que fazemos nossa parte.
Minha prima começou a ler por incentivo meu. Hoje ela devora Harry Potter, Percy Jackson, literatura infanto-juvenil, aos 11 anos.
O Mundo de Tinta não é uma série que me atrai desde quando saiu o filme, tanto que não assisti. =/
Uma ótima resenha!
@bart1_178
http://lembradaquelahistoria.blogspot.com/