Quando o Mayflower aportou nos Estados Unidos, em 1620, trazia a bordo homens e mulheres que lançariam as bases da sociedade norte-americana. Mas entre os Peregrinos havia também aqueles que não estavam apenas fugindo de perseguições religiosas. Eram os Blue Bloods - um clã que acumulou grande poder e riqueza, tornando-se um dos mais influentes grupos da sociedade de Nova York. Schuyler acabou de completar quinze anos. Veias azuis começam a saltar sob a pele pálida de seus braços. Sente um desejo insaciável por carne crua, e estranhas visões de tempos remotos assombram sua mente. E quando uma garota de seu colégio é encontrada morta, sem nenhuma gota de sangue no corpo, Schuyler não sabe o que fazer. Poderiam ser verdadeiras as histórias de vampiros?
Recebi esse livro para resenhar há alguns dias, mas estava muito ocupado lendo a enfadonha e cansativa série de Scott Westerfeld, Feios, de modo que Blue Bloods acabou tendo de esperar um pouquinho.
Acho que todo mundo que acompanha as novidades do mercado editorial americano sabe quem é Melissa De La Cruz. Uma das principais autoras da Hyperion, ela faz parte do seleto grupo de best-sellers do The New York Times. Blue Bloods é uma das sagas que mais causa burburinho nos EUA e era aguardado já há algum tempo aqui no Brasil.
Eu soube que os direitos da série tinham sido adquiridos pela Moderna a exatos três dias de encomendar o meu exemplar em inglês pela Amazon. A contragosto, diga-se de passagem. A capa americana é terrivelmente ridícula (mostra o pescoço de uma garota envolto por um colar de pérolas) e não me animava, mesmo tendo visto várias resenhas positivas sobre o livro. Decidi que esperaria o livro chegar ao Brasil, o que foi bom, já que a iD fez uma capa digna de aplausos.
“Blue Bloods – Vampiros em Manhattan” conta a história de Schuyler, uma jovem de quinze anos que percebe significativas mudanças tanto sociais quanto fisicamente. De repente, o cara mais legal do colegial sabe o seu nome (e até conversa com ela), manchas azuis começam a aparecer em sua pele imaculadamente clara e sua vó dá pistas de que ela é bem mais que uma garota comum.
Depois de alguns eventos estranhos, Schuyler é convidada a participar do Comitê do Banco de Sangue de Nova Iorque, uma privilegiada instituição de caridade cujos membros descendem de clãs que datam da colonização americana. Lá, ela toma ciência que toda aquela pompa é apenas uma fachada para esconder a real natureza de todos ali: são Blue Bloods, vampiros imortais que atravessaram milênios em diversas formas, acumulando poder e riqueza.
Schuyler descende de um desses clãs, os Van Allen, e como tal está fadada a viver alimentando-se de sangue. O objetivo do Comitê é instruir os novos vampiros a usarem seus poderes e desbloquearem as memórias de outros ciclos/vidas. Vampiros, teoricamente são invulneráveis, pois suas almas primordiais são as dos Anjos rebelados que participaram da guerra divina organizada por Lúcifer contra Deus. Depois de caírem, os anjos se tornaram sanguessugas, obrigados a ceifar a vitalidade humana (os Red Bloods) para permanecerem vivos. Apesar disso, a sociedade dos Blue Bloods segue rigorosas regras impostas por uma espécie de Código de Ética, que determina o que podem ou não fazer ou falar.
Mas quando vampiros começam a morrer por consumação total (o sangue azul é completamente drenado), Schuyler começa a perceber que talvez os Blue Bloods não sejam tão invulneráveis assim... Há algo os caçando... Algo tão ou mais antigo que os próprios vampiros.
Apesar do enredo interessante, o livro não é tudo o que eu esperava. Melissa passa tempo demais descrevendo edifícios nova-iorquinos, marcas de roupa que eu jamais ouvi falar e costumes colegiais que não acrescentam em nada à história do que mantendo-se presa ao mote que se propõe a desenvolver. Algumas constatações sobre a arquitetura dos prédios onde o enredo se desenrola e sobre o código de honra da High School onde Schuyler estuda seriam completamente dispensáveis. Além disso, por ser o primeiro volume de uma série de cinco livros, esse é dedicado exclusivamente à explicação da teoria criada pela autora, o que deixa o ritmo mais lento. Os mistérios não são convincentes nem instigantes a ponto de nos fazerem avançar com fervor, os romances são fraquíssimos e confusos e o livro propriamente dito só começa a partir da página 160. Antes disso, é mera embromação, uma forma de encher páginas.
O POV é um problema a parte. A autora não sabe se filtra a cena pelos olhos de um personagem ou se o mantém imparcial. Há capítulos em que o POV se mantém fixo até a metade, mas depois vai pulando por outros personagens, deixando tudo muito confuso. Uma tentativa falha de deixá-lo neutro, que além de não ser primorosa como Rowling faz, ainda irrita muito leitores mais técnicos, que vão além da história e analisam o livro também em sua concepção lingüística.
Não houve um clímax fixo nesse volume. Nada que me deixasse fora de si, com medo e saboreando cada pedacinho da ação. Apenas uma cena dramática de “morte” nas últimas páginas. A Lívia, do Wishing a Book, disse em um vídeo que esse é o pior número da saga, justamente pelas explicações que precisam ser feitas, mas a trama vai ficando melhor à medida que avança. Vou confiar nela, que marcou Blue Bloods como must read (em geral, nossos gostos são parecidos).
Certo, não odiei Blue Bloods. Dá pra ver que é algo pesquisado profundamente, fundamentado em bases sólidas de História Americana (descrições muito fiéis dos tripulantes do Mayflower, por exemplo, além de utilização de mistérios que reais que são “sanados” através das explicações fictícias propostas pela autora). A protagonista não é nenhuma retardada (alô Bella Swan!!), não é escrito em primeira pessoa e a teoria desenvolvida por Melissa sobre o surgimento dos vampiros é bastante convincente.
Portanto, “Vampiros em Manhattan” merece três estrelas. Vai melhorar com certeza nos próximos livros, mas esse deixou a desejar. E muito.
Quero muito ler esse livro, essa é a primeira resenha que leio dele, e adorei. :D
ResponderExcluirA capa é linda, realmente que bom que mudaram, rs. :D
beijos :*
Nossa, quero muito ler esse livro, parece ótimo.
ResponderExcluireu não tinha vontade de ler esse livro desde que vi a capa. e o título. tão sem graça. vou confessar que também acabei enchendo o saco de vampiros e estou dando um tempinho com as presas e tudo mais. tudo que é demais cansa :P
ResponderExcluirbeijocas
Mesmo não sendo o melhor livro da saga como dito, parece ter uma boa história. A capa em si é linda, e este está na minha lista de livros desejados também.
ResponderExcluirnossa, eu achei esse livro bom.
ResponderExcluirmas pelo que dizem, comparado com os outros ele é fraquinho, tem que esperar pra ver 'hihi
Boa resenha, Igor.
ResponderExcluirParece-me legal, mas fraco. Pela resenha, o mais legal são as manchas azuis. =)
Vampiros estão ficando batidos. Precisamos de uma nova moda.
Abraço.
@rafaschiabel
Eu adodo esse livro e quero muito ler.
ResponderExcluirÉ um novo universo de vampiros descrito pela autora que pode convencer.
Eu só não gostei dessa capa.
A original é muito mais bonita.
Bye
Gente, a capa americana é LINDA. MUITO mais bonita que a nacional com a menina da boca torta :)
ResponderExcluirSenti falta de saber um pouco mais da história, mas acho que captei sua insatisfação e os motivos.
Mal posso esperar pra ler. Tudo isso só por causa do trailer de Misguided Angel *-*
Beijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~
Achei o livro bem interessante e gostei muito do blog.
ResponderExcluirParabéns.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
Livros de vampiros são bons, mas com tanta gente escrevendo sobre o mesmo tema estou começando a ficar cansada! Pode ser que o leia quando passar essa fase.
ResponderExcluirA julgar pela capa belíssima, que me encantou, a história parecia ser bem melhor...
ResponderExcluirFiquei decepcionada, confesso.
Mas muito obrigada pela resenha sincera, pelo menos assim, não compro o livro pra me decepcionar depois. =)
Mas ainda acho a capa incrível! rs
A capa é linda, eu até comecei a ler na internet ma acabei parando.É bom saber que já tem aqui no Brasil!
ResponderExcluirEu acho a capa incrível, e tenho lido resenhas de todos os tipos sobre o livro. Algumas não gostaram tanto, como você, outras amaram (tipo a Nat, do Nat Puga)!
ResponderExcluirEu li já quase todos os livros, falta o 4º livro q a comunidade tradução de livros está para traduzir. Simplesmente é um dos melhores livros de vampiros q eu já li.
ResponderExcluirEstou atualmente apaixonada pelo JACK! *Suspirando*
Quero a tradução logo do 4º! =D
A capa é muito legal, mas quase todas as resenhas que vejo não me empolgam muito a ler esse livro...mesmo assim, ainda vou arriscar!
ResponderExcluirOuvi algumas pessoas reclamando da tradução, não só desse, mas dos outros lançamentos também. tem que ver isso aí hein...
ResponderExcluirQuase chorei com o que eles fizeram com a maioria das capas, mais ainda pretendo comprar Blue Bloods, Midnighters e Beijos de Vampiro.
Eu to lendo esse livro!
ResponderExcluirA princípio odiei.
Odiei o jeito que a Melissa escreve, odiei como ela detalhava tanto a roupa das pessoas, e colocava marca das mesmas...
Ah parágrafos que achei, super desnecessários no livro.
O livro tá começando a melhorar, mas não sei se essa série eu irei acompanhar.
Fiquei com muito trauma, é.
www.itbookblog.blogspot.com
Parabéns pelo post. Apesar da sua impressão sobre o livro não ser das melhores, ainda quero ler muito esse livro, e a capa dele também é linda (eu sei que não se deve julgar um livro pela capa, mas aprecio belas capas)
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