Fim. Como você lida com essa palavra? Ou melhor, como você lida com esse fato? Com maturidade? Sempre? Você pode até me responder que sim, mas eu vou duvidar. Rob tem 35 anos e sua — ex — namorada, Laura, está saindo do apartamento onde moravam. O relacionamento deles — ao que parece — chegou ao fim. Sua primeira reação para lidar com a situação, além ligar o som e ouvir música depressiva, é elencar um top 5 dos piores finais de relacionamento de sua vida até o momento. E adivinhem? A Laura fica de fora. Como uma forma de vingança para — tentar — demonstrar que este término não o abalou tanto assim. Tal fachada não convence ninguém — nem a ele mesmo —, afinal, o rompimento dos dois o afetou, e muito.
Com a autoestima abalada, melancólico e sem esperança — mas sem deixar o humor (autodepreciativo) de lado —, após o término com Laura, Rob revisita o seu passado. Relembrando antigos relacionamentos frustrados numa tentativa de entender o porquê de eles não terem prosperado. Mas mais que uma análise de seus antigos relacionamentos, ele repensa sua vida. Como seu atual trabalho e suas antigas ambições abandonadas.
O livro mostra, através do Rob, o amadurecimento em um relacionamento. Podem existir momentos onde faltará maturidade — do homem, da mulher, ou de ambos. Mostra como uma relação não vem pronta, moldada, certinha. Mesmo que seja pra dar certo com uma pessoa, mesmo que você goste de alguém e isso seja recíproco, as crises vão existir. E, ao olhar para seus términos, ele acaba analisando outros pontos da sua vida, pois suas antigas relações refletiram em muitas de suas atitudes.
Não tecerei aqui muitos comentários sobre a história, o meu foco será nos sentimentos e reflexões que Alta Fidelidade me proporcionou. Um livro que apesar de me agraciar com uma leitura leve, me fez pensar sobre as verdades dos relacionamentos. Como eles são na prática. Com seus problemas, crises, lágrimas. Ele não mostra apenas as coisas bonitas, quando tudo está correndo bem. Ele mostra também, quando tudo desanda. Quando a insatisfação, os problemas e as dúvidas surgem. A identificação com o personagem e/ou com a situação é instantânea, afinal quem nunca se sentiu pra baixo pelas mesmas razões que o Rob ou por razões semelhantes?
Durante a vida é comum sentirmos necessidade de buscar por algo diferente, mas depois de um tempo percebemos que éramos felizes como estávamos. Isso é ter certa ambição. E essa palavra —ambição — muitas vezes é vista como algo negativo, mas não é. É necessário buscar coisas novas. Porém, às vezes, buscamos algo novo em um ramo da nossa vida que já nos fazia feliz da forma em que estava.
Buscamos “algo mais” talvez porque determinado ramo da nossa vida não é extravagante. Só é bom. No entanto, parece que somos condicionados a pensar que não devemos nos contentar só com o bom. Então vamos atrás de algo maior, de algo grandioso. E aí nos damos conta que já éramos realmente felizes quando era simplesmente... bom. Acredito que isso é um indício de que existe amor ali. Conseguir se sentir feliz na simplicidade. Com aquilo que parece comum.
Percebi isso no livro através de relacionamentos amorosos. Mas, a meu ver, isso se aplica na vida como um todo. O fato de querermos algo mais, mas nem sempre esse “algo mais” será sinônimo de contentamento. Entendam que, com isso, eu não quero dizer que ambição é algo ruim. Não é. Eu não acho que seja. É só que, vez ou outra, o “algo mais” que procuramos, não vai, necessariamente, trazer felicidade ou aumentar a felicidade. Às vezes, o bom pode ser suficiente. O difícil pode ser conseguir perceber isso.
Nós — homens e mulheres — somos seres complexos, ou talvez eu devesse dizer: contraditórios. Como a gente pode achar que está infeliz, mesmo estando feliz. E como a gente se sente feliz mesmo estando infeliz. Isso faz sentido? Provavelmente não. Mas esses questionamentos que a gente faz durante a vida — e que eu fiz, também, durante a leitura — não são mesmo muito coerentes. O importante é pensar e ter coragem de fazer escolhas. Quebrar a cara? Acontece. Pensar, pensar, pensar... E não chegar a conclusão nenhuma também. Mas é isso. Mesmo nos nossos momentos infelizes a gente não é só tristeza. A felicidade aparece, às vezes, meio tímida, mas aparece. Às vezes apressada, mas aparece. Viver é assim. Um amontoado de escolhas que a gente não sabe muito bem aonde vai dar.
Adorei esse livro e as sensações que ele me trouxe. Lê-lo foi como receber um abraço de uma pessoa querida em um momento de tristezas e incertezas. Senti, ao caminhar por suas páginas, companhia. Pois redescobri a importância dos tropeços que damos durante a vida.
PS: não, não me esqueci de mencionar as referências musicais presentes livro. São, incríveis. Gosto e ouço várias bandas que são mencionadas. Smiths, Beatles, The Who, Elvis e muitos outros.
PS²: ao terminar a leitura assisti ao filme — Alta Fidelidade, 2000 — que foi baseado no livro e sim, gostei da adaptação.
Com a autoestima abalada, melancólico e sem esperança — mas sem deixar o humor (autodepreciativo) de lado —, após o término com Laura, Rob revisita o seu passado. Relembrando antigos relacionamentos frustrados numa tentativa de entender o porquê de eles não terem prosperado. Mas mais que uma análise de seus antigos relacionamentos, ele repensa sua vida. Como seu atual trabalho e suas antigas ambições abandonadas.
O livro mostra, através do Rob, o amadurecimento em um relacionamento. Podem existir momentos onde faltará maturidade — do homem, da mulher, ou de ambos. Mostra como uma relação não vem pronta, moldada, certinha. Mesmo que seja pra dar certo com uma pessoa, mesmo que você goste de alguém e isso seja recíproco, as crises vão existir. E, ao olhar para seus términos, ele acaba analisando outros pontos da sua vida, pois suas antigas relações refletiram em muitas de suas atitudes.
Não tecerei aqui muitos comentários sobre a história, o meu foco será nos sentimentos e reflexões que Alta Fidelidade me proporcionou. Um livro que apesar de me agraciar com uma leitura leve, me fez pensar sobre as verdades dos relacionamentos. Como eles são na prática. Com seus problemas, crises, lágrimas. Ele não mostra apenas as coisas bonitas, quando tudo está correndo bem. Ele mostra também, quando tudo desanda. Quando a insatisfação, os problemas e as dúvidas surgem. A identificação com o personagem e/ou com a situação é instantânea, afinal quem nunca se sentiu pra baixo pelas mesmas razões que o Rob ou por razões semelhantes?
Durante a vida é comum sentirmos necessidade de buscar por algo diferente, mas depois de um tempo percebemos que éramos felizes como estávamos. Isso é ter certa ambição. E essa palavra —ambição — muitas vezes é vista como algo negativo, mas não é. É necessário buscar coisas novas. Porém, às vezes, buscamos algo novo em um ramo da nossa vida que já nos fazia feliz da forma em que estava.
Buscamos “algo mais” talvez porque determinado ramo da nossa vida não é extravagante. Só é bom. No entanto, parece que somos condicionados a pensar que não devemos nos contentar só com o bom. Então vamos atrás de algo maior, de algo grandioso. E aí nos damos conta que já éramos realmente felizes quando era simplesmente... bom. Acredito que isso é um indício de que existe amor ali. Conseguir se sentir feliz na simplicidade. Com aquilo que parece comum.
Percebi isso no livro através de relacionamentos amorosos. Mas, a meu ver, isso se aplica na vida como um todo. O fato de querermos algo mais, mas nem sempre esse “algo mais” será sinônimo de contentamento. Entendam que, com isso, eu não quero dizer que ambição é algo ruim. Não é. Eu não acho que seja. É só que, vez ou outra, o “algo mais” que procuramos, não vai, necessariamente, trazer felicidade ou aumentar a felicidade. Às vezes, o bom pode ser suficiente. O difícil pode ser conseguir perceber isso.
Nós — homens e mulheres — somos seres complexos, ou talvez eu devesse dizer: contraditórios. Como a gente pode achar que está infeliz, mesmo estando feliz. E como a gente se sente feliz mesmo estando infeliz. Isso faz sentido? Provavelmente não. Mas esses questionamentos que a gente faz durante a vida — e que eu fiz, também, durante a leitura — não são mesmo muito coerentes. O importante é pensar e ter coragem de fazer escolhas. Quebrar a cara? Acontece. Pensar, pensar, pensar... E não chegar a conclusão nenhuma também. Mas é isso. Mesmo nos nossos momentos infelizes a gente não é só tristeza. A felicidade aparece, às vezes, meio tímida, mas aparece. Às vezes apressada, mas aparece. Viver é assim. Um amontoado de escolhas que a gente não sabe muito bem aonde vai dar.
Adorei esse livro e as sensações que ele me trouxe. Lê-lo foi como receber um abraço de uma pessoa querida em um momento de tristezas e incertezas. Senti, ao caminhar por suas páginas, companhia. Pois redescobri a importância dos tropeços que damos durante a vida.
Livro: Alta Fidelidade
Título Original: High Fidelity
Autor: Nick Hornby
Tradução: Christian Schwartz
Páginas: 310
Editora: Companhia das Letras
PS: não, não me esqueci de mencionar as referências musicais presentes livro. São, incríveis. Gosto e ouço várias bandas que são mencionadas. Smiths, Beatles, The Who, Elvis e muitos outros.
PS²: ao terminar a leitura assisti ao filme — Alta Fidelidade, 2000 — que foi baseado no livro e sim, gostei da adaptação.
Acho que nunca tinha ouvido falar desse livro até meados do ano passado e, de repente, tenho ouvido muita gente falar bem - deve ser um sinal pra eu ler também! Haha
ResponderExcluirTenho a mesma opinião em relação a ambição e essa coisa meio que imposta socialmente de que a gente não pode nunca se contentar, o que parece que é encarado como sinônimo de acomodar. Pela descrição das sensações e reflexões que a leitura te provocou, acho que estou na fase certinha para lê-lo (e, aliás, preciso indicar ele pra algumas pessoas...); vou incluir na minha lista de livros pra Bienal =P
http://bloggerdamo.blogspot.com.br/
Oi, Mo!
ExcluirEu também fui dar atenção pra esse livro no ano passado. Quando ele ganhou essa nova edição pela Companhia das Letras. Ele já tinha sido publicado aqui alguns anos atrás pela Rocco. É justamente isso. Essa busca incessante por algo mais não será sempre saudável.
Óh, você irá na Bienal! Que delícia! Bom proveito e boas compras! Hehe. Quando ler esse livro, se der, me conte o que achou! Beijos e boas leituras. :)
Irei! *-*
ExcluirFiz até promessa de não comprar livros até lá, pra poder aproveitar melhor a variedade, haha... E pode deixar que, caso o adquira, assim que ler volto aqui pra comentar de novo ;)
Oie Amanda
ResponderExcluireu sempre quis ler esse livro, e só ano passado tive a oportunidade de pedir, e minha opinião é totalmente diferente rs
eu queria muito ter gostado do livro, but, odiei o protagonista kkkkkkk
Tô até com medo de fazer minha resenha, porque vou detonar o livro rs
bjos
www.mybooklit.com
Oi, Jacque!
ExcluirHahah, que isso. Não se reprima, rs. Escreva sobre ele sim! Quando a gente não gosta (ou se identifica) com o o personagem que narra a história a identificação com a mesma fica mais difícil mesmo (comigo costuma ser assim). Mas eu me identifiquei com o Rob de certa forma, sabe? O 'estado de espírito' que ele se encontrava. Desacreditado, melancólico, auto estima no buraco. Eu conseguia entender as burradas e as más escolhas que ele fez. Ele era um cara de 30 anos não muito maduro, ainda mais no que diz respeito a relacionamentos e tem muito disso por aí, rs. Achei o Rob real, sabe? Mas escreva sobre ele! Quero saber por que odiou o Rob! haha.
Beijos!