E eis que voltei para aquela fase onde prefiro romances "água com açúcar" e livros que não tenham nada de sobrenatural (biografias, baseados em fatos reais, thriller psicológico...). Já tinha passado por isso esse ano, então achei que essa fase demoraria a voltar, mas que nada! A minha sorte é que a TBR Jar por um acaso decidiu cooperar comigo e sorteei o livro Azul da Cor do Mar da Marina Carvalho (autora de Simplesmente Ana) pra ler!
Rafaela é uma jovem estudante de jornalismo que mora em Belo Horizonte e que após se esforçar durante todo o curso acaba tendo a oportunidade de se tornar estagiária na Folha de Minas, um dos principais jornais do Estado.
Só falta uma coisa para que ela seja contratada como estagiária: ser aprovada na entrevista com o poderoso editor-chefe do jornal e ela acaba tirando isso de letra, depois de ser muito bem recomendada pela professora e de se dar muito bem na prova que ela havia feito para se candidatar à vaga.
Para a surpresa de Rafa o pior estava por vir: ela trabalharia junto com Bernardo, o melhor repórter investigativo da redação, já que ela tinha afinidade pela área. A garota teria que se tornar a sombra do jornalista e isso não o agradou em nada. No começo ele saia sempre mais cedo da redação, antes dela, e assim Rafaela tinha que ficar fazendo qualquer outra coisa como organizar e revisar matérias que o "chefe" deixava pra ela. Mas isso não dura muito tempo já que ela acaba confrontando-o.
As coisas dão sinal de melhora no trabalho, mas a implicância gratuita com ela não cede em momento algum e Marcelo, um jornalista esportivo, a chama pra sair. É claro que ela não ia perder a oportunidade de assistir o jogo da seleção brasileira de vôlei de uma área exclusiva. Quando percebe o clima de flerte no ar ela recua porque Rafaela tem um grande segredo: ela é obcecada por um garoto da infância.
Essa obsessão é ainda mais estranha uma vez que ela nunca soube o nome dele, eles sequer conversaram! Ela apenas o viu durante um verão, quando tinha onze anos de idade, e desde então, fantasia como seria a sua vida com o garoto da mochila xadrez. Ela não deu um nome para ele também, só o chama de O Garoto.
As coisas ficam realmente estranhas quando Bernardo e uma de suas melhores amigas começam a ficar e isso desperta uma raiva insana em Rafaela. Ela tenta de todas as formas se enganar, mas todos que a cercam já sabem: ela está apaixonada pelo jornalista linha dura. Como é que isso pode se resolver? E a tal amiga, como ficará a relação delas? Será mesmo que Rafa pode esquecer O Garoto que idealizou durante dez anos e ficar com Bernardo?
A escrita da Marina é leve e fluida e isso faz com que você devore o livro em pouquíssimo tempo, eu mesma levei dois dias para terminar as mais de 300 páginas de Azul da Cor do Mar, mas isso não quer dizer que morro de amores pelo livro. Ele serve para entreter e me fez dar algumas gargalhadas, contudo ele teve muitos pontos negativos pra mim.
Primeiro: é muito insano uma pessoa ficar obcecada por outra com quem nunca conversou e de quem sequer sabe o nome! E toda essa loucura dura, nada mais nada menos, que dez anos. A Rafaela já é uma adulta, uma pessoa quase formada, e ainda sente a necessidade de manter um relacionamento fictício que a impede de dar uma chance para um cara real como o Marcelo ou mesmo o Bernardo.
Segundo: eu acho cansativo a autora continuar enrolando e enrolando e enrolando com a história, o primeiro beijo do casal só foi acontecer depois da página 270 (salvo engano) e o livro tem 334 páginas, minha gente! Terceiro: a Rafaela tem umas atitudes muito infantis e retardadas, pra dizer o mínimo, e eu tive antipatia dela em várias páginas do livro. Era assim: quando ela era legal a garota era o máximo, mas quando ela era chata passava do limite do suportável.
Quarto e último ponto a ser considerado: porque todas as personagens femininas que protagonizam livros precisam ser absolutamente descoordenadas? Okay, ninguém é perfeito e se equilibrar em um salto de 12 centímetros ou mais e ainda andar de um lado pro outro não é fácil e nós podemos dar algumas "bolas fora" às vezes, mas precisa acontecer constantemente? Irritante, sério! É como se as personagens femininas precisassem ter esse quesito de uns tempos pra cá.
Bom, o livro não foi de todo o ruim porque o Bernardo salva muito a narrativa. Ele é irreverente e sarcástico e até eu me apaixonaria por um cara como ele. O Marcelo também me conquistaria muito facilmente se existisse de verdade, o que faltou foi só um pouco mais de foco nas outras personagens da trama como a Lu, chefe da editoria investigativa, e alguns outros repórteres do jornal.
Oi, Jessie. Entendi os seus pontos, apesar de eu ter gostado muito. Achei apaixonante. Li em apenas um dia. A história realmente me envolveu!
ResponderExcluirBeijos!
Concordo com você... Boa escrita, mas não deixa de ser uma história regular.
ResponderExcluir