Confissões de uma máscara, de Yukio Mishima, foi escrito na década de 40 e se tornou um clássico da literatura japonesa. Este foi o meu primeiro contato com esta literatura e já adianto que foi uma leitura que me marcou muito. Amei. Porém, um amor cortado. Doído. Sangrento. Meu impacto maior foi quando pesquisei sobre a vida do autor para escrever aqui. Mishima escreveu este livro quando ainda tinha 22 anos de idade e ele é repleto de recortes autobiográficos. O autor cometeu suicídio antes de completar cinquenta anos. Usou uma espada contra si mesmo. Rasgando suas vísceras. Assim como os samurais durante o haraquiri (ritual japonês de suicídio).
Logo no início do livro, acompanhamos o desenvolvimento do personagem principal, desde a sua infância até a vida adulta. Não definiria como um romance de formação, mas chega perto disso. A história se passa em uma época conflituosa, durante o período de entre guerras e a Segunda Guerra Mundial. Num paralelo coincidente, havia um conflito dentro do nosso triste protagonista. Desde os primeiros anos escolares, o personagem começa a perceber a completa falta de atração pelo sexo feminino e a exacerbada atração pelo sexo semelhante. Considerando a época em que o livro foi escrito já é possível imaginar a dura batalha deste personagem para construir máscaras que o forjassem a passar uma imagem que escondia sua verdadeira natureza.